O registro de seis assassinatos em um período de apenas 2 horas entre a noite de terça-feira (16) e a madrugada de quarta (17) em Piracicaba (SP) uniu vereadores de oposição e da bancada governista na defesa da criação da Secretaria de Segurança Pública no município. A proposta será levada pela mesa diretora da Câmara Municipal de Piracicaba ao prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) em reunião que será agendada para a próxima semana, informou o presidente do Legislativo, João Manoel dos Santos (PTB), durante a sessão da noite desta quinta-feira (18).
Cinco homens foram mortos durante chacina em um bar na cidade de Piracicaba, no início da madrugada de quarta. Motociclistas passaram pela via e dispararam contra oito pessoas (três ficaram feridas). Duas horas antes, no bairro Bosques do Lenheiro, um pedreiro de 53 anos foi encontrado morto na porta de casa, na Rua das Castanheiras.
A sensação de insegurança gerada pelas mortes e a repercussão nacional dos homicídios foram os principais pontos abordados pelos vereadores ao defender a criação de uma secretaria específica na cidade para tratar de segurança pública.
“A população está apavorada”, disse o presidente da Câmara. “Com medo, os moradores dos bairros onde houve essas mortes não estão saindo de casa depois das 22h”, relatou José Antônio Fernandes Paiva (PT). “Piracicaba não pode conviver com este tipo de situação”, emendou o vereador Luiz Carlos Arruda (PV).
Discussão antiga
A criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública é defendida pela oposição desde o mandato passado, do ex-prefeito Barjas Negri (PSDB). Na ocasião, o governo argumentou que a estrutura da Guarda Civil, em conjunto com outras pastas municipais, era suficiente para debater a segurança e articular políticas nesta área junto às polícias Militar, Civil e Federal.
Durante a campanha eleitoral, o atual prefeito, que foi apoiado por Barjas na eleição de outubro, manteve o discurso do antecessor e durante debate promovido pela EPTV rechaçou a necessidade da criação de uma pasta específica. A reunião entre a Câmara e Ferrato para nova discussão do tema ainda não tem dia marcado.
Fonte: G1