Funcionários da Prefeitura de Piracicaba estão assustados com tremores no prédio que, segundo eles, têm sido cada vez mais frequentes. Só na manhã desta terça-feira (24), o tremor foi sentido no 6º, 7º, 9º e 10º andares, por duas vezes. A reclamação já foi levada à administração, mas até o momento nenhuma providência foi tomada.
“Da última semana pra cá, nós sentimos o prédio tremer várias vezes e decidimos recorrer à administração, mas eles não sabem informar se vai ter alguma medida. Como a frequência aumentou muito nos últimos dias, estamos apavorados, a ponto de pegar nossas coisas e ir embora”, contou uma funcionária pública que trabalha na Prefeitura há 25 anos e pediu para não ser identificada.
Recorrente
Segundo outra funcionária pública que também não quis se identificar, o problema existe há anos. “Antes, por receio, a gente não comentava com os colegas. Mas agora todos têm falado mais sobre o assunto. Ontem, quatro pessoas do departamento sentiram o tremor ao mesmo tempo”, relatou a funcionária que tem 22 anos de Prefeitura e há 11 trabalha nesse prédio.
Segundo ela, a sensação é semelhante em todos os casos. “É como se a gente estivesse em um chão instável e alguém pulasse do lado. Dá medo, porque aqui era um brejo antes e a gente não sabe o que está acontecendo agora. Não sinto segurança alguma aqui”, desabafou a mulher.
Registro
Segundo o geólogo especializado em cismologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) da cidade Rio Claro, João Carlos Dourado, um tremor de baixa magnitude tem as mesmas características descritas pelos funcionários públicos. Entretanto, Dourado afirmou que não há registro de tremores na nossa região, nas últimas semanas. “Se o relato é apenas de um prédio, dificilmente vai ser cismo. Ainda que fosse um pequeno abalo, de magnitude 1 ou 2, seria sentido por mais pessoas”, explicou o geólogo.
Conforme apurou a reportagem do G1 Piracicaba e Região, os vizinhos da Prefeitura não sentiram esse tremor. “O que pode estar havendo nesse prédio, mas aí é preciso checar com a engenharia civil, são tremores por vibrações de trânsito ou problema em fundações”, arriscou o geólogo.
Oficial
A Prefeitura de Piracicaba informou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que após esta demanda procurou engenheiros e arquitetos do local e teve a informação de que “nenhuma construção é estática. Se assim fosse, cairia. Toda construção, pela acomodação das próprias estruturas, do solo, pela ação do vento, apresenta certa mobilidade que, na maioria dos casos, passa despercebida pelas pessoas que as frequentam”.
A Prefeitura considera a situação uma lenda urbana. “Esses comentários de tremores do prédio acontecem há anos, como já aconteceu, tempos atrás, com o prédio da Câmara de Vereadores, que também tremia. Até parece lenda urbana”, afirmou a nota.
Fonte: G1