Pelo menos 600 moradores do bairro Bosques do Lenheiro, em guia de Piracicaba, no interior de São Paulo, participaram nesta terça-feira (13) de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para discutir a regularização dos terrenos do local, que foi ocupado há 13 anos e nunca teve a situação legalizada.
“Estamos aqui para ter um posicionamento, queremos a resolução da questão. Faz tempo que estão empurrando com a barriga a nossa situação e ninguém faz nada. Queremos sair daqui com mais do que promessas vazias”, afirmou o Presidente da Associação dos Moradores do Bairro Bosque dos Lenheiros, Jorge Alexandre Silva.
Foram convocados para o encontro o Procurador Geral do Município, Milton Sérgio Bissoli, e o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba (Emdahp), Walter Godoy dos Santos, para dar explicações à população, na presença dos vereadores José Pedro da Silva (PR), Laércio Trevisan Júnior (PR) e José Aparecido Logatto (PSDB).
“A situação atual é a seguinte: já temos a autorização da Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo). Estamos esperando a matrícula da escritura do terreno que está tramitando no 1º Cartório de Piracicaba. Com isso, começaremos a chamar as famílias, cem por dia, para pedir os documentos necessários e passarmos a propriedade para vocês”, explicou Santos.
O Presidente da Emdahp informou que 1.179 famílias já possuem pré-contrato com o órgão, somente esperando o tramite no cartório. Já outras 125 famílias ainda possuem pendências com a Prefeitura para serem regularizadas, 24 famílias aguardam decisões judiciais de posse dos terrenos e 36 nomes possuem mais de um lote, o que é proibido. Só as do primeiro caso poderão dar entrada nas escrituras e ter a posse definitiva do local.
“Queremos um prazo para que as 1.179 famílias resolvam os seus problemas”, pediu o presidente da associação, ao que recebeu a resposta de Santos: “Aguardamos o cartório. A partir do momento que o cartório passar a matrícula, começaremos no dia seguinte. Espero que até o meio deste ano isso seja feito”.
Reformas
Outra questão levantada pela população foi a reforma das casas. Segundo Santos, foi pedido para o Ministério das Cidades verba suficiente para fazer as reformas necessárias e ainda não foi repassado pelo governo federal. “Todos sabem que a Prefeitura não tem dinheiro suficiente para todas as melhorias necessárias e precisamos desses fundos. Ainda estamos brigando para que isso saia o mais rápido possível.
Confusão
Durante a fala de Walter Godoy Santos, uma moradora se exaltou e disse que estavam sendo enrolados mais uma vez. Ao perguntar o nome da moradora, ela se autonominou como “Pinóquio”. Depois de algumas interrupções no discurso do presidente da Emdaph, o público pediu a saída da mulher que não quis se retirar. O vereador José Pedro Silva acionou a Guarda Municipal, mas a manifestante se acalmou e a reunião prosseguiu.
Fonte: G1