O corenano virou a segunda língua da cidade Piracicaba, cidade do interior de São Paulo, com a chegada da montadora sul-coreana Hyundai. Atualmente, a população flutuante é de 800 coreanos na cidade e quem ganha com isso são os tradutores. A profissão tem mercado, mas ainda poucas pessoas estão qualificadas para o trabalho.
“Muitas vezes participamos de negociações entre empresas e uma palavra mal interpretada pode causar o fim da negociação. É importante que o tradutor conheça a cultura coreana para saber passar para eles a forma correta das falas. Já vi casos de um negócio não virar por causa do tradutor”, conta Andréa Lee, psicóloga e pedagoga, que veio para Piracicaba junto com o marido para trabalhar com aulas e tradução.
Além dos eventos e negociações de empresas, Andréia também dá aula em um colégio da cidade para crianças da Coreia do Sul que estão chegando no Brasil. Na sua turma são dez neste ano. Ela é coreana de nascimento, mas já está no Brasil há 40 anos. “Viemos para cá, por ter esse mercado crescente. Hoje meu marido tem um hotel e um restaurante coreanos. Isso mostra que todos os campos estão aquecidos para quem trabalha com a nossa cultura”, afirma.
Universidade
No início do ano passado, a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) criou um curso da língua coreana para brasileiros. Até o momento, 200 alunos já fizeram o curso de noções básicas, sendo que a última turma se forma neste sábado. Agora serão abertas mais duas salas de aulas, além de abrir curso mais avançado da língua.
“Muitos alunos veem para o curso para se destacar no mercado piracicabano. Já tivemos casos de três professores nossos saírem para ser contratados pela Hyundai. Alias, estamos procurando um professor agora, porque temos uma vaga em aberto de um que foi para a empresa”, explica Leila Cabana, coordenadora do curso.
Ao falar de salários Andreia Lee desconversa, mas deixa esperança para os interessados. “A mão de obra nossa é cara e não existe tanta gente para fazer. Hoje ganhamos mais do que os salários normais aqui no Brasil”, afirma.
Alternativas
Até mesmo dentro da montadora a língua cria entraves que precisam ser contornados. Segundo a assessoria de imprensa da Hyundai, um grupo de 200 brasileiros, funcionários da parte da produção, foram fazer curso na Coreia do Sul por 20 dias e quando voltaram criaram uma lista de palavras para o contato básico com os funcionários coreanos.
O “pequeno dicionário” foi difundido na montadora. Veja abaixo toda a lista em português, com o alfabeto coreano e como se fala:
– Olá – ????? (an-nyong-há-sse-yo)
– Tchau – ?????? (na-nyong-hi-gue-sse-yo)
– Obrigado – ????? (Gam-ssa-rap-ni-da)
– Ate amanha – ?? ?? (NE-ir-bwe-yo)
– Bom final de semana – ?? ????? (ju-mar jar-bo-ne-sse-yo)
– Bom apetite (antes de comer) – ? ????? (jar-mok-ke-ssup-ni-da)
– Comi bem – ? ????? (jar-mok-go-ssup-ni-da)
– Quanto custa? – ????? (or-ma-ye-yo?)
– Onde fica o banheiro? – ??? ????? (hwa-jang-shir o-di-ye-yo?)
Fonte: G1