Os preços dos imóveis usados aumentaram neste primeiro semestre de 2011 em 35 das 36 cidades consideradas no comparativo de desempenho dos primeiros semestres de 2009, 2010 e 2011. Segundo levantamento do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Crecisp), o maior percentual foi registrado na cidade de São Sebastião, no Litoral Norte, cuja alta foi de 113,14%.
Com isso, o preço médio geral do metro quadrado de casas e apartamentos passou de R$ 1.243,26 no primeiro semestre de 2010 para R$ 2.649,95 em 2011, bem acima da média geral no Estado que girou em torno de 20,7%, quando comparado com o período avaliado passado. O valor subiu de R$ 2.351,65 para R$ 2.838,35. Em relação ao primeiro semestre de 2009, quando o preço médio era de R$ 1.587,66, o aumento chega a 78,78%.
Somente em uma cidade – Bauru – houve queda de preço na comparação de 2011 com 2010. O preço médio geral do metro quadrado baixou 0,66% – de R$1.612,52 em 2010 para R$1.601,95 em 2011.
Ainda conforme o Crecisp, no geral, as vendas de casas e apartamentos usados caíram 21,19% na comparação com o primeiro semestre de 2010, de 7.051 unidades para 5.557. O número de imóveis alugados encolheu 14,53%, de 21.014 unidades em 2010 para 17.960 em 2011. Essa mudança reverteu o movimento de alta registrado no ano passado, quando vendas e locação haviam crescido 16,47% e 15,50%, respectivamente, sobre o primeiro semestre de 2009.
Mas a queda nas vendas e no número de novas locações não foi capaz de impedir que os preços dos imóveis usados e dos aluguéis aumentassem de 2010 para 2011. O preço médio geral do metro quadrado das casas e apartamentos vendidos nas 36 cidades pesquisadas pelo conselho subiu 20,7% no primeiro semestre, de R$ 2.351,65 em 2010 para R$ 2.838,35 em 2011. O aluguel médio geral no Estado aumentou 19,45%, de R$ 969,00 em 2010 para R$1.157,46 em 2011.
Na região do Litoral Norte, houve uma redução considerada importante na locação de imóveis, sendo que Caraguatatuba registrou queda de 10,98% no mesmo período, passando de R$ 930,19 em 2010 para R$ 828,02 em 2011. Tendência observada em Ubatuba, que cujo percentual baixou para 7,29%, com o aluguel médio geral passando de R$ 974,25 em 2010 para R$ 903,19 em 2011. Da região, somente em Ilhabela não foi realizada a pesquisa.
Tendência
“A redução de vendas e de locação de imóveis residenciais acompanha o movimento geral de muitos setores da Economia, que registraram queda ou crescimento pífio neste primeiro semestre”, avalia José Augusto Viana Neto, presidente do Crecisp.
Mas o presidente do Crecisp não acha que se possa considerar 2011 como um “ano perdido” para os mercados de imóveis usados e de locação residencial, apesar das previsões de redução do crescimento do PIB e de contágio da economia brasileira pela crise que fustiga as economias da Europa e dos Estados Unidos.
“Seria prudente se o governo liberasse mais verbas do programa Minha Casa, Minha Vida, até como medida contracíclica à ameaça de eventual recessão, e para que o emprego se mantenha em expansão ou não recue, o que poderia garantir às famílias, daqui para o final do ano, a receita extra dos aumentos salariais, abonos e décimo-terceiro salário”, afirma Viana Neto.
Já a subida de preços dos imóveis neste primeiro semestre de 2011, apesar de vendas cadentes, tem ligação direta com o problema estrutural da habitação no País, resumido no déficit de mais de 5 milhões de moradias. “Enquanto houver essa carência e uma demanda sempre maior que a oferta, especialmente de imóveis de padrão popular, os preços continuarão subindo”, afirma Viana Neto.
Este estudo Crecisp foi realizado em 36 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, cidade Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, guia de Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.
Fonte: Imprensa Livre