Além de Campinas, o comércio informal em cidades da região, como Americana e Piracicaba, também se concentra nos populares camelódromos. Os três locais têm funcionamento autorizado pelas prefeituras, mas a falta de fiscalização nesses municípios possibilita a venda de mercadorias falsificadas ou contrabandeadas. O baixo custo, em comparação com os produtos originais, é o grande atrativo para consumidores que querem pagar menos. O problema é que o preço da ilegalidade, muitas vezes, pode custar caro.
Em Campinas, o Ministério Público (MP) fechou o cerco contra os ambulantes. Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) pediram providências sobre o caso à Polícia Civil, à Guarda Municipal e à prefeitura. Isso porque um mapeamento feito nos camelódromos da cidade constatou que os vendedores informais trabalham com autorização do Executivo, mas que não há fiscalização das mercadorias que são, em sua maioria, de origem ilícita.
Piracicaba
Situação semelhante acontece em Piracicaba. Com uma câmera escondida, a reportagem da EPTV foi até o camelódromo da cidade, instalado no Centro e anexo ao Terminal Central de Ônibus, e verificou que a venda de produtos ilegais também ocorre livremente. O comércio local também é autorizado pela Prefeitura, que inclusive construiu uma espécie de “corredor coberto” para a colocação dos boxes. Mercadorias como eletrônicos, relógios e roupas, vendidos dentro e fora das “lojas”, não têm nota fiscal. A única garantia é a palavra do atendente.
Americana
A equipe de reportagem da EPTV também foi ao camelódromo de Americana, na região central da cidade. A mesma autorização para a atividade é fornecida pela administração municipal e os produtos têm a mesma origem encontrada nos outros camelódromos: são falsificados. Os telefones celulares, de marcas geralmente desconhecidas, são muito semelhantes aos originais. A maioria é de origem chinesa. Uma vendedora de tênis disse que a fiscalização às vezes é severa. “Ela (fiscalização) ocorre apenas quando se comercializam CDs ou DVDs”, disse. Para algumas pessoas, independentemente da falta de controle do poder público, a melhor saída para acabar com a venda ilegal é não comprar.
Resposta
A Prefeitura de Americana admite que os camelôs têm autorização de funcionamento e que a fiscalização é de responsabilidade da Unidade de Serviços Urbanos e Obras, ou seja, do próprio poder público. Já a Prefeitura de Piracicaba disse que o camelódromo é um projeto de geração de renda transitória e que as polícias Civil, Militar e Federal, além da Guarda Municipal, são responsáveis pela fiscalização.
Fonte: EpCampinas