A Câmara Municipal de Piracicaba aprovou na noite desta quinta-feira (7) a moção de autoria do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) que pede ao prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) a revogação do reajuste da tarifa de ônibus na cidade de Piracicaba. O oposicionista requer também que o assunto seja discutido com a sociedade.
A tarifa do transporte coletivo de Piracicaba subiu de R$ 2,60 para R$ 3 no final de 2012. O aumento, de 15,4%, corresponde ao dobro da inflação de 7,6% calculada pelo IBGE desde agosto de 2011, quando a tarifa passou de R$ 2,45 para R$ 2,60.
Com o reajuste, o passe escolar foi para R$ 2,25 e a compra sem o cartão do Transporte Integrado de Piracicaba (TIP) ou a bordo do veículo subiu para R$ 3,40. O sistema transporta, em média, 2,8 milhões por mês, segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran).
“Apoio à causa”
Paiva viu a aprovação como um apoio dos vereadores ao projeto. “Com essa aprovação, os vereadores dizem ao prefeito que são favoráveis à redução da tarifa. Não há como negar um pedido apoiado por tantos”, afirmou.
No momento da votação, três vereadores já haviam se retirado da sessão, Márcia Pacheco (PSDB), Ary Pedroso (PDT) e Paulo Campos (PTB), e não votaram pela moção. O advogado da Câmara, Robson Soares, explicou que a aprovação do projeto não significa apoio ao tema, mas aprovação ao seu envio. “A aprovação autoriza o vereador a encaminhar a moção”, disse.
Protestos
Os novos valores vigoram desde 29 de dezembro sob protestos. O movimento Pula Catraca, contrário ao reajuste, realizou cinco protestos desde o início do ano na porta do Terminal Central de Integração (TCI), localizado no Centro.
Em resposta aos manifestantes, o prefeito Gabriel Ferrato encaminhou pedido de análise das planilhas do sistema ao Departamento de Engenharia de Transportes da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP de São Carlos).
Somente após receber o relatório, que consistirá na comparação entre a metodologia usada pela Prefeitura para definir o aumento e os parâmetros de atualização de preços indicados pelo Ministério dos Transportes, é que Ferrato pretende se reunir com os manifestantes para discutir o assunto.
Na última sexta-feira (1º), o movimento Pula Catraca encaminhou o mesmo pedido de análise dos custos do transporte público municipal para a Faculdade de Economia da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). O objetivo é confrontar, com dados próprios, a avaliação encomendada pela Prefeitura de Piracicaba à USP.
Andar de ônibus em Piracicaba custa mais caro que em 36 cidades com mais de 500 mil habitantes. A tarifa de R$ 3, por exemplo, é igual a de São Paulo (SP) e Guarulhos (SP) e “perde” apenas os R$ 3,30 cobrados em Campinas (SP), Cidade de Osasco (SP), Santo André (SP) e São Bernardo do Campo (SP), segundo levantamento da Associação Nacional de Transportes Públicos.