Mureta em terreno particular afeta moradores de favela de Piracicaba

Um muro construído na saída da comunidade do Cantagalo, na Rua Bento Augusto de Moura, em Piracicaba (SP), tem dificultado o acesso dos moradores a outros locais. Aproximadamente 15 famílias residem nesta parte da favela e precisam pular a mureta para ir trabalhar, levar os filhos à escola ou fazer compras.

Segundo os moradores, o problema começou em setembro, quando a proprietária do terreno foi notificada pela Prefeitura de Piracicaba e obrigada a fazer o muro no local. “Ela ainda foi boazinha com a gente, não fez um muro tão alto para nós passarmos e nem mexeu no terreno”, falou o metalúrgico Luciano de Jesus Santos.

Os moradores reclamam que, com a construção do muro, fica impossível o acesso de ambulâncias e do Corpo de Bombeiros ao bairro. “Quando não tinha esse muro, os veículos podiam subir pelo barranco e prestar socorro, mas agora não tem como”, protestou o metalúrgico.

De acordo com os moradores, vários acidentes já aconteceram no local devido à obstrução da passagem. “Caí com meu filho no colo. Eu estava ainda com os pontos do parto e o menino tinha três dias de vida. Foi horrível”, contou a balconista Sandra Michele dos Santos. Para a atendente Andresa Gomes, a situação piora quando chove. “A passagem pelas pedras fica escorregadia”, disse.


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Impossibilitado de pular o muro por causa de problemas nas pernas, o marido da dona de casa Maria Aparecida de Castro Alves, o aposentado Samuel Batista de Castro Alves, chegou a perder uma consulta médica por não conseguir sair de casa. “Ele fica 24 horas em casa. Não tem condições de sair e corre o risco de se machucar nas pedras”, disse ela. Maria Aparecida, inclusive, disse que se machucou em uma das tentativas de ajudar o marido a pular o muro. “Como consequência, agora terei que fazer uma operação no joelho”, contou.

Outro lado
Procurada para se manifestar sobre a reclamação dos moradores, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Piracicaba respondeu o seguinte: “Conforme já mencionado, trata-se de uma área particular e a Prefeitura pediu a construção do muro de arrimo para a continuidade das obras da Rua Marte (que inclui galerias pluviais e asfalto). O terreno particular era utilizado pelos moradores como passagem, porém não é verdade que os moradores estão ilhados.”

Fonte: G1





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