A Santa Casa de Piracicaba (SP) realizou, na manhã desta quinta-feira (27), o 1º Encontro de Doadores de Órgãos. O objetivo da reunião era incentivar a doação de órgãos na cidade. Um misto de emoção, alegria e tristeza marcou os relatos dos presentes, que contaram as experiências passadas no hospital. Em um auditório lotado, doadores, receptores e familiares falaram sobre a importância de se doar os órgãos.
“Descobri que eu tinha problema na visão em 2001 e tive muita dificuldade. Eu tinha menos de 10% da visão e não conseguia ver nada. Não exergava, por exemplo, os degraus e dependia da ajuda de alguém sempre”, contou Edvania Milani de Souza, de 28 anos. “Fiz a primeira cirurgia de córnea em Sorocaba, mas ela não foi bem sucedida. A segunda, no outro olho, eu fiz em Piracicaba e deu tudo certo”, disse a jovem. “Seja um doador, isso é uma atitude de amor. É por isso que estou aqui lendo esse depoimento hoje para vocês”, completou Edvania.
Já Aguinaldo Rubia, de 32 anos, recebeu um novo rim há sete meses. “A vida fica muito complicada. Fiquei quatro anos fazendo hemodiálise e tinha que controlar absolutamente tudo. Se eu bebesse um pouco a mais de água já poderia dar problema”, contou Rubia. A mãe de Jéssica Torres Melo Urgari falou sobre o transplante da filha.
“Perdi minha outra filha, que não conseguiu ser transplantada. A Jéssica estava decidida a fazer o transplante e nós conseguimos”, contou. Jéssica recebeu um novo pulmão e conseguiu sobreviver. “Foram 14 anos no hospital, não é fácil, é uma barra muito grande. A gente não tinha vida”, sintetizou a mãe da jovem.
“O objetivo do encontro era estimular a doação de órgãos e agradecer aos familiares pelas doações registradas na Santa Casa. Esse gesto expressa a solidariedade e ajuda outras pessoas a sobreviver ou melhorar sua qualidade de vida”, disse a enfermeira Jacqueline Devafari Bonilha de Moraes, uma das coordenadoras do processo de busca ativa por doadores de órgãos e tecidos no hospital.
Fonte: G1